Como é possível observar, na fatura de energia há uma seção dedicada a discriminar o consumo de energia em todos os meses no intervalo de um ano. Com base nesse histórico de consumo, podemos determinar a média anual, que será a base para o projeto do sistema fotovoltaico para essa unidade consumidora. Como exemplo, a tabela abaixo ilustra um histórico fictício.
| Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Anual |
| Consumo (kWh) | 190 | 170 | 155 | 140 | 150 | 165 | 160 | 145 | 140 | 155 | 160 | 170 | 1900 |
A equação acima é válida para consumidores enquadrados na categoria B. O valor 365 é o número de dias em um ano, 24 é o número de horas no dia, o fator ℶ é a fração de tempo necessária para produzir a mesma energia por dia em 1 metro quadrado considerando que irradiância seja constante no valor de 1 kW nesse intervalo de tempo. A figura a seguir ilustra melhor esse raciocínio.
Na primeira curva, temos a situação real do que acontece ao longo de um dia, com a irradiação variando ao longo das horas e produzindo, no total, 4,3 kWh, que equivale a área do gráfico. Na segunda curva, os mesmos 4,3 kWh são produzidos, porém, a irradiância é constante igual a 1 kW.
A figura a seguir pode ser usada diretamente para obter ℶ em cada região.
De posse da potência do gerador fotovoltaico P_g, podemos selecionar o inversor adequado. É recomendado, como foi explicado em seção anterior, aplicar o processo de overpanelling, no qual a potência do sistema fotovoltaico é ligeiramente superior à potência nominal do inversor (potência de saída), assim, pode-se usar um fator de dimensionamento do inversor (FDI) de 0,85.
De posse da potência de saída do inversor P_(s inv) podemos escolher o inversor adequado. Selecionando um módulo fotovoltaico, também podemos determinar a quantidade de módulos.
O total de módulos deverá ser conectado de modo a garantir o perfeito funcionamento do inversor, não podendo ser conectado de maneira aleatória sob risco de mal funcionamento do sistema, ou no pior dos casos, de queima do inversor. Para definir como será a configuração do sistema fotovoltaico, após escolhido o inversor e o módulo, devemos checar suas fichas técnicas (datasheet) e procurar as seguintes características:
Primeiro vamos determinar o número máximo de módulos que podem ser conectados em série (N_s) para que a tensão de entrada do inversor seja menor do que a tensão máxima permitida. Assim temos que:
As características referentes às folhas de dados dos módulos são fornecidas para condições de testes normatizadas. Durante esses testes, a temperatura do módulo é mantida em 25°, já em instalações reais, a temperatura do módulo pode chegar a 70°C facilmente, e em dias de inverno, dependendo do local, pode ser menor do que 25°C. Em temperaturas baixas, a tensão V_oc aumenta, e isso deve ser levado em conta utilizando o coeficiente de correção constante na folha de dados, para assim considerar a maior tensão V_oc que pode ocorrer. A figura ilustra o coeficiente em questão.
Durante a geração de energia, para o sistema ter mais eficiência, a tensão do arranjo série de módulos deve estar dentro da faixa de operação MPP do inversor. Como a tensão varia com a temperatura de acordo com um coeficiente, é necessário considerar esse fenômeno.
Durante o verão, na operação normal do sistema, a temperatura do módulo será elevada, então sua tensão de potência máxima 〖(V〗_mp) sofrerá uma queda devido ao efeito de temperatura, chamaremos essa tensão de V_(mp verão). Essa tensão mais baixa deve estar na faixa MPP do inversor, ou seja, o arranjo série deve gerar tensão que seja maior do que V_(mpp min).
Durante o inverno, a temperatura do módulo será menor, assim, sua tensão de potência máxima será maior, chamaremos essa tensão de V_(mp inverno). Essa tensão mais alta deve também estar na faixa MPP do inversor, ou seja, o arranjo série deve gerar tensão que seja menor do que V_(mpp max).
O coeficiente para corrigir a tensão de máxima potência V_(mp )está destacado na figura abaixo.
Então, o número de fileiras em paralelo (N_p) deve ser:

Para o segundo critério, pode-se usar a equação abaixo, onde a queda de tensão permitida é de 1% da tensão do arranjo.
Onde L é o comprimento do circuito, I é a corrente de operação, V é a tensão do arranjo fotovoltaico, e σ é a condutividade do cobre em 80°C, que vale 46,4 Sm⁄mm².
No trecho do circuito em corrente alternada, o dimensionamento dos cabos é feito segunda a norma NBR 5410 considerando os efeitos de temperatura e agrupamento de circuitos. O método de instalação é o método B1 presente na norma, na qual os condutores estão embutidos em eletrodutos externos, adjacentes à parede. O fator de agrupamento leva em conta quantos circuitos estão no mesmo eletroduto, caso o sistema possua inversor central, apenas um circuito estará no eletroduto, já se houver inversores descentralizados, é possível colocar as saídas dos inversores no mesmo eletroduto, porém, utilizando os fatores de agrupamento correspondentes. Para os cabos dos trechos em corrente alternada, também deve-se verificar a queda de tensão admissível e selecionar o cabo apropriado. A seção do condutor deve respeitar tanto o critério da corrente quanto o critério da queda de tensão admissível, que nesse caso é de 3%.
Em sistemas monofásicos, V_n é igual a 220 V. Em sistemas trifásicos, V_n é igual a 380 V.| Número de condutores | Taxa de ocupação |
| 1 | No máximo 53% |
| 2 | No máximo 31% |
| 3 ou mais | No máximo 40% |
Onde I_projeto é a corrente nominal da instalação, I_d é a corrente nominal do disjuntor. I_z é dado por:
Onde I_c é a corrente que o condutor suporta, FCA e FCT são respectivamente os fatores de correção para temperatura e agrupamento, encontrados na norma NBR 5410. Em alguns casos, pode acontecer de I_projeto e I_z possuírem valores próximos, de modo que podemos não encontrar um disjuntor entre esses valores, nesse casso, aumentamos a seção do condutor para aumentar o valor de I_z.
Para selecionar o DPS apropriado, devemos seguir as normas NBR 5410 e NBR 5419. A classe do DPS deve ser selecionada com base no seu local de instalação e risco de descargas atmosféricas direta ou indireta. Em sistemas fotovoltaicos residenciais, costuma-se utilizar DPS de classe II, uma vez que os equipamentos estão abrigados na própria residência. A tensão nominal do DPS deve ser escolhida com base na tensão de operação do sistema, por exemplo, para os DPS de corrente contínua, se o sistema fotovoltaico gerar 900 V, um DPS de 1000 V será suficiente. É importante que a tensão nominal do DPS seja um pouco superior à tensão do sistema para que o mesmo não atue no caso de sobretensões leves. A corrente de descarga pode ser selecionada baseando-se no quadro abaixo.
| Tipo do local | Corrente de descarga |
| Área urbana com prédios ao redor | Entre 8 e 20 kA |
| Área urbana sem prédios | Entre 20 e 40 kA |
| Área Rural ou afastada | Maior do que 60 kA |

| Fabricante: | |
| Modelo: | |
| Potência de saída Pmáx (W) | |
| Eficiência do Módulo ηm (%) | |
| Tensão em Pmáx Vmpp (V) | |
| Intensidade em Pmax Impp (A) | |
| Tensão em circuito aberto Voc (V) | |
| Corrente de curto-circuito Isc (A) | |
| Dimensões CxLxA (mm): | |
| Peso (kg) | |
| Faixa de temperatura em funcionamento | |
| Célula solar (número / tipo ) | |
| Quadro (material / cor) | |
| Caixa de junção (grau de proteção) | |
| Cabo de ligação (comprimento / secção) | |
| Conector (tipo/grau de proteção) |
| Marca | |
| Modelo | |
| Máxima Eficiência | |
| Dimensão | |
| Peso | |
| Design do Inversor | |
| Certificado | |
| Entrada (CC) | |
| Máx. corrente CC | |
| Tensão Nominal de Entrada | |
| Tensão Máxima de Entrada | |
| Tensão Mínima de Entrada | |
| Faixa do MPPT | |
| Número de entradas CC | |
| Saída (CA) | |
| Conexão | |
| Máxima corrente | |
| Potência Nominal de Saída | |
| Máxima Potência de Saída | |
| Máxima eficiência | |
| Distorção Harmônica Total | |
| Frequência | |
| String Box CC |
| Dimensões (CxLxA) (mm): |
| DPS – Dispositivo de proteção contra surtos: |
| Fusível: |
| Quantidade de entradas para cabos: |
| Caixa CA |
| Dimensões (CxLxA) (mm): |
| DPS – Dispositivo de proteção contra surtos: |
| Disjuntor: |
| Quantidade de entradas para cabos: |
| Condutores CC |
| Seção: |
| Classe de isolamento: |
| Tensão: |
| Máxima corrente: |
| Condutores CA |
| Seção: |
| Classe de isolamento: |
| Tensão: |
| Máxima corrente: |
| Potência do gerador | Nível de tensão |
| Até 15 kW | Baixa tensão (monofásico, bifásico ou trifásico) |
| Acima de 15 kW até 25 kW | Baixa tensão (bifásico ou trifásico) |
| Acima de 25 kW até 75 kW | Baixa tensão (trifásico) |
| Acima de 75 kW até 1000 kW | Média tensão (trifásico) |